Atualmente há uma grande confusão entre a Esclerose múltipla (EM) e a Esclerose lateral amiotrófica (ELA). A maioria das pessoas pensa que se trata da mesma doença, já que ambas são doenças neurodegenerativas e são conhecidas pelo nome de “esclerose”, porém, na verdade são muito diferentes. Por isso decidimos explicar brevemente as principais diferenças entre a esclerose múltipla e a esclerose lateral amiotrófica.
Diferenças entre a Esclerose múltipla e a Esclerose lateral amiotrófica
Causas
A Esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune causada por vírus ou antígeno desconhecido. Nesse caso, o sistema imunológico do nosso organismo ataca a mielina, que é uma substância que envolve as fibras nervosas, responsável pela transmissão dos impulsos nervosos a uma velocidade adequada. O processo de desmielinizarão resulta numa má comunicação entre os neurônios, e o resultado é o aparecimento de vários sintomas, os quais descreveremos abaixo.
Enquanto que a Esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença que afeta as células nervosas responsáveis pelos movimentos voluntários tanto do cérebro como da medula espinhal, portanto esta enfermidade afeta unicamente o sistema motor. Suas causas também são desconhecidas.
Sintomas
Os principais sintomas da Esclerose múltipla são: problemas visuais, problemas na fala problemas de equilíbrio, tremores nas mãos, fraqueza nos membros superiores e inferiores, perda de força, etc.
Também é comum o aparecimento de problemas cognitivos na memória, dificuldade no processamento e recuperação da informação, e transtornos emocionais como a ansiedade e a depressão.
Por outro lado, como já dissemos antes, um paciente com ELA só apresenta problemas motores. Ou seja, essa pessoa terá limitações dos movimentos voluntários, perderá força nos braços e nas pernas, terá problemas de fala, dificuldade de articulação de palavras, dificuldade de deglutição, etc. Vale ressaltar que essa doença é muito grave, pois pode provocar a disfunção dos músculos respiratórios do paciente, motivo pelo qual a esperança de vida desses pacientes é geralmente curta, podendo variar entre 3 a 5 anos, a partir do recebimento do diagnóstico.
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Como se faz o diagnóstico?
A esclerose múltipla não é uma doença contagiosa, nem hereditária; e infelizmente não se pode prevenir. O ideal é fazer um diagnóstico precoce.
O diagnóstico da esclerose múltipla pode ser realizado através:
- da história clínica.
- da exploração neurológica.
- dos potenciais evocados.
- do estudo do líquido cefalorraquidiano.
- das lesões desmielinizastes que podem ser identificadas através da ressonância magnética. A ressonância magnética (RM) é uma das provas mais importantes para diagnosticar a esclerose múltipla. Trata-se de uma técnica não invasiva, que consiste em captar imagens muito detalhadas do cérebro e da medula espinhal.
Através de uma ressonância magnética, podem ser detectadas as lesões cerebrais que ocorrem devido ao ataque do sistema imunológico à mielina. Mesmo assim, é necessário esclarecer que esta prova não pode ser considerada conclusiva, porque nem todas as lesões podem ser captadas pela ressonância, além disso, existem outras doenças que podem apresentar anomalias idênticas.
Tratamentos
Atualmente não existe nenhum tratamento que cure essas doenças neurodegenerativas, porém podemos encontrar alguns medicamentos que ajudam a frear seu desenvolvimento e a diminuir seus sintomas. Em ambos casos, o tratamento consiste em usar medicamentos combinados com sessões de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, com o objetivo de frear a progressão da doença. Além disso, na Esclerose Múltipla, a figura do neuropsicólogo é fundamental para detectar e trabalhar os déficits cognitivos que vão aparecendo.
Evolução
Na Esclerose múltipla, 85% dos pacientes apresentam sintomas caracterizados pelo aparecimento periódico de surtos e remissões (esclerose múltipla recorrente). No entanto, esses surtos afetam todos os tipos de pacientes cujos sintomas aparecem durante 24 a 72 horas e depois desaparecem. Muitas vezes, inclusive esses sintomas desaparecem completamente, o que não impede que esses pacientes se deteriorem devido aos ataques. Os outros 15% dos pacientes apresentam um início mais lento e progressivo da doença (padrão progressivo primário).
Enquanto que a ELA é uma doença progressiva, embora a velocidade de deterioro possa variar de um paciente para outro.
Afetados
A Esclerose múltipla afeta principalmente as mulheres jovens (entre 20 e 40 anos), e na forma progressiva primária afeta em maior escala a homens entre 50 e 60 anos de idade.
Em contra partida, a ELA afeta a pessoas de faixa etária entre 40 e 70 anos de idade, afetando em uma proporção de 3 a 1 ao gênero masculino.
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