Olá! Sou Adriana Peres Neuropsicologa, e estou aqui para compartilhar com vocês uma das experiências de reabilitação cognitiva que envolve o uso da plataforma NeuronUP que venho desenvolvendo com meus pacientes infantis e adolescentes.
Minha jornada profissional envolve atendimento a crianças que apresentam algum tipo de deficiência ou transtorno, já atuo nesta área há mais de 20 anos, sou motivada pelas tecnologias pois acredito que nossas crianças podem desenvolver-se melhor e com mais interesse desde que também possamos adentrar ao mundo delas, atualmente falamos em nativos digitais nos referindo as crianças típicas e sem alterações neurológicas, porém as crianças com deficiências também são nativas digitais e podem evoluir através da contribuição desta tecnologia. E este é o caso do meu pequeno paciente, com idade de 8 anos e surdo profundo, que está em processo de adaptação do Implante Coclear que corresponde de forma positiva as atividades viabilizadas pela plataforma NeuronUP.
Iniciamos o trabalho com a plataforma no mês de fevereiro deste ano (2020), a proposta envolve uma rotina de atividades que auxiliam no desenvolvimento auditivo para o treinamento de reconhecimento de sons, nomeações sendo este o foco central, utilizo dois das atividades de funções executivas, atenção, memória e percepção para que possamos alcançar objetivos mais globais. O meu pequeno paciente recebeu o implante coclear há 10 meses, até então era surdo profundo, fazia leitura labial e não recebeu nenhum estimulo em Libras, criando para comunica-se suas próprias sinalizações e que eram conhecidas apenas pela família, antes da entrada do implante aos 6 anos foi realizada a avaliação neuropsicológica que identificou capacidades cognitivas dentro da média das crianças de sua idade, com prejuízos nos aspectos que envolvem a linguagem.
A experiência com a plataforma NeuronUP permite uma interação maior com sons e palavras, a velocidade de processamento que alguns jogos ampliam o desempenho do repertório cognitivo do paciente. A vida torna-se centro no processo de aprender, estamos pensando em uma reabilitação funcional e para melhor qualidade de vida, no acesso remoto a criança também corresponde bem desde que esteja com apoio do mediador
Como terapeuta entendo que estamos em um momento de mudanças, romper os paradigmas, superar nossas limitações quanto ao uso das tecnologias em nossas clinicas, a plataforma me permite pensar objetivos e traçar condutas que permeiam a realidade de cada paciente respeitando assim suas potencialidades individuais. Toda criança mediada por condutas coerentes e trabalho consistente voltada ao planejamento de superação de prejuízos e valorização das potencialidades resultam em desenvolvimento.
Adriana Peres
https://www.instagram.com/psicoadrianaperes/
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