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Disforia de gênero na infância e na adolescência

Disforia de gênero na infância e na adolescência

Disforia de gênero na infância e na adolescência

Uma pessoa transgênero é aquela que sente uma dissonância entre o sexo biológico e sua identidade de gênero. Em muitas ocasiões, os conceitos sexo e gênero são usados de forma indistinta e inadequadamente, o que pode gerar uma confusão quando se trata de temas como esse. Portanto, é necessário, em primeiro lugar, esclarecer o significado e as diferenças de cada termo1.

O que é a disforia de gênero?

Com esses dois conceitos claros, a disforia de gênero (DG) pode ser entendida como um diagnóstico psiquiátrico caracterizado por um mal-estar psicológico significativo devido a uma dissonância entre o sexo biológico, atribuído ao nascer, e a identidade de gênero. Essa dissonância geralmente aparece muito cedo, de modo que as crianças com DG mostram comportamentos e preferências que não correspondem ao seu sexo biológico2.

Critérios para o diagnóstico da disforia de gênero

Critérios para o diagnóstico da disforia de gênero em crianças

De acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, quinta edição (DSM-V)3, os critérios para o diagnóstico de disforia de género em crianças, são os seguintes:

  1. Uma forte incongruência entre o sexo que a própria pessoa percebe ou expressa e o que lhe foi atribuído ao nascer; tendo uma duração mínima de seis meses. Essa inadequação é manifestada por, no mínimo, seis das seguintes características, das quais, uma deve ser o Critério A1:
  2. Um enorme desejo de ser do outro sexo, ou uma insistência em afirmar que ele ou ela é do sexo oposto (ou de um sexo alternativo, diferente daquele que lhe foi atribuído).
  3. Nos meninos (sexo atribuído), uma forte preferência pelo travestismo, ou por simular a vestimenta feminina; nas meninas (sexo atribuído), uma forte preferência pelo uso de roupas tipicamente masculinas, e uma forte resistência ao uso de roupas tipicamente femininas.
  4. Preferências acentuadas e persistentes por exercer o papel social do sexo oposto, ou fantasias sobre pertencer ao outro sexo.
  5. Uma notória preferência por brinquedos, jogos ou atividades normalmente utilizados ou praticados pelo sexo oposto.
  6. Uma notória preferência por brincar com colegas do sexo oposto.
  7. Nos meninos (sexo atribuído), uma forte rejeição aos brinquedos, jogos e atividades tipicamente masculinos, além de ter uma forte rejeição aos jogos bruscos; nas meninas (sexo atribuído), uma forte rejeição aos brinquedos, jogos e atividades tipicamente femininos.
  8. Um grande desgosto com a própria anatomia sexual.
  9. Um forte desejo de possuir as características sexuais, tanto primárias quanto secundárias, correspondentes ao sexo ao qual se identifica.
  10. O problema está associado a um mal-estar clinicamente significativo, causando deterioro no âmbito social, escolar e em outras importantes áreas de funcionamento.
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